Lula e Maduro trataram de eleições; disputa por Essequibo não foi discutida, diz Planalto

Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, trataram das eleições que ocorrerão no país vizinho no segundo semestre deste ano durante a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O evento acontece em Kigstown, em São Vicente e Granadinas.

De acordo com o Planalto, o líder venezuelano disse ter articulado um “amplo acordo com partidos de oposição na Assembleia Nacional” e afirmou que haverá observadores internacionais para garantir a lisura do processo eleitoral.

A questão de Essequibo, região da Guiana reivindicada pela Venezuela, que realizou referendo em dezembro passado para tratar da incorporação do território, não foi discutida por Lula e Maduro, conforme divulgado pelo governo brasileiro.

“A região é alvo de um contencioso territorial entre Venezuela e Guiana. O presidente brasileiro já havia expressado na quinta-feira (29) que o tema pode ser debatido posteriormente, em fórum mais apropriado, e que o Brasil sempre estará disponível para contribuir na perspectiva de promoção e manutenção da paz no continente”, informou o Planalto.

Aos jornalistas, Maduro classificou a conversa com Lula como “muito boa”. Conforme mencionou o líder venezuelano, o diálogo serviu para “fortalecer a cooperação” entre os países.

Lula e presidente da Bolívia discutem investimentos e projetos

Além do encontro com Maduro na Celac, Lula teve se reuniu também com o presidente da Bolívia, Luis Arce, para tratar da ampliação do comércio e da pauta de produtos entre os países, como o interesse boliviano na importação de alimentos brasileiros, segundo o Planalto. Ambos abordaram ainda a questão da produção de fertilizantes.

Outro destaque da reunião entre os chefes de Estado foi o investimento em gás e obras de infraestrutura para a integração entre Brasil e Bolívia, a exemplo da construção da ponte que vai ligar Guajará-Mirim, em Rondônia, a Guayaramerín, na Bolívia.

A possibilidade de investimento da Petrobras na prospecção de gás em território boliviano, além do interesse da Bolívia em parceria com o Brasil para a possível exploração de lítio, mineral usado principalmente na produção de baterias e encontrado em larga escala na Bolívia, também foi discutido na agenda dos presidentes.

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