A confiança no trabalho e nos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caiu de um ano para cá. A pesquisa “Confiança no Judiciário & Imagem dos ministros”, realizada pela AtlasIntel a pedido do JOTA, mostra que hoje 42% dos brasileiros confiam nos ministros, contra 45% em 2023.
A desconfiança também aumentou: no ano passado, 44% dos entrevistados disseram não confiar no trabalho e nos ministros, contra 51% hoje. Já o percentual de quem não sabia opinar passou de 11% em 2023 para 7% em 2024.
Individualmente, o nível de popularidade dos ministros também mudou. De um ano para cá, Alexandre de Moraes perdeu o posto de ministro do com a melhor avaliação de imagem junto ao público. A pesquisa mostra que hoje Cármen Lúcia é a ministra do Supremo mais bem-avaliada: 48% dos entrevistados consideram que a ministra tem uma imagem positiva, contra 45% que têm uma percepção negativa e 6% que não sabem opinar.
Na edição de janeiro de 2023 da pesquisa, Cármen Lúcia aparecia com avaliação positiva de 41%, atrás de Rosa Weber e Alexandre de Moraes, que eram vistos positivamente por 42% e 51% dos entrevistados, respectivamente.
Agora, Moraes aparece em segundo lugar na avaliação positiva, com 39% dos entrevistados aprovando a sua imagem. Contudo, o ministro segue polarizando a opinião pública, figurando também no pódio negativo. Sua imagem é considerada negativa por 56% dos brasileiros, atrás apenas de Gilmar Mendes (57%) e Dias Toffoli (60%).
Imagem negativa
Dias Toffoli ultrapassou Gilmar Mendes e é o ministro com maior percentual de avaliações negativas nesta edição do estudo. Em 2023, 48% dos entrevistados consideravam a imagem de Mendes negativa, ministro que era seguido por Alexandre de Moraes (45%), Edson Fachin (43%) e Dias Toffoli (43%).
Na edição de 2024, 60% dos entrevistados veem a imagem de Toffoli como negativa, 28% como positiva e 12% não sabem.
Decisões recentes de Dias Toffoli relacionadas à Lava Jato geraram discordância entre os entrevistados. A AtlasIntel identificou que 80% dos entrevistados discordam das decisões do ministro de suspender o pagamento de multas impostas às empresas J&F e Novonor (antiga Odebrecht) por envolvimento em esquemas de corrupção.
Por outro lado, 50% afirmaram concordar com a decisão dele de investigar a organização Transparência Internacional por suposto conluio com procuradores da Operação Lava Jato.
Novos ministros
Os dois novos ministros do STF indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023 aparecem com avaliações positivas semelhantes: Cristiano Zanin é aprovado por 33% e Flávio Dino, que ainda não tomou posse na Corte, por 31%.
No entanto, Zanin é mais desconhecido que Dino. Só 16% não sabem avaliar o ex-ministro da Justiça, enquanto 30% dizem não saber como caracterizar a imagem do antigo advogado de Lula. Já na avaliação negativa, Dino é mais rejeitado: 53% dos entrevistados veem sua imagem como negativa, contra 37% de Zanin.
Os ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, André Mendonça e Nunes Marques, apareciam nos últimos lugares da pesquisa de 2023 no quesito de avaliação positiva: eram aprovados por 21% e 16% dos entrevistados, respectivamente. Em contrapartida, também tinham rejeição baixa, de 36% e 35%. Uma grande parcela dos entrevistados não sabia opinar sobre ambos (43% e 48%, respectivamente).
Neste ano, eles continuam entre os ministros com as menores avaliações positivas, empatados em 25% com o ministro Gilmar Mendes. A rejeição, no entanto, aumentou. Tanto a imagem de Mendonça quanto a de Nunes Marques é considerada negativa por 46% dos entrevistados.
Mais popularidade
Luís Roberto Barroso, atual presidente da Suprema Corte, aumentou tanto sua popularidade quanto sua rejeição no último ano. Sua avaliação positiva passou de 32% em 2023 para 38% em 2024, e a avaliação negativa foi de 37% para 44%.
O mesmo fenômeno foi notado com os ministros Edson Fachin e Luiz Fux. As avaliações positivas dos ministros passaram de 27% e 28%, respectivamente, para 36% e 30% em 2024. Já as negativas de ambos aumentaram para 51%, contra 43% e 37% em 2023.
De modo geral, o número de entrevistados que não sabia responder sobre os membros do STF diminuiu de um ano para o outro. Só Alexandre de Moraes manteve o mesmo percentual dos que não sabiam opinar sobre sua imagem (5%).
Na avaliação dos demais ministros que se mantiveram na Corte, a faixa de “não sei” diminuiu. Sobre Cármen Lúcia, reduziu de 22% para 6%. A respeito de Barroso, a taxa caiu de 32% para 18%.