O coordenador da Brigada Anjos Jacuipenses, Lucival Souza, que atuou no resgate das vítimas da batida entre um ônibus de turismo e um caminhão que terminou com mais de 20 pessoas mortas e cinco feridas na Bahia, definiu o acidente como “situação de guerra”.
Inicialmente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que 25 pessoas morreram no acidente. Porém, depois a PRF e o Instituto Médico Legal (IML) confirmaram 24 mortes. Dos mortos, três estavam no caminhão e o restante no ônibus.
O acidente aconteceu por volta das 23h30, no km 381 da BR-324, em trecho da cidade de São José do Jacuípe. Entre as vítimas estão homens, mulheres, gestante, crianças e adolescentes.
De acordo com Lucival Souza, o ônibus estava partido ao meio e as vítimas estavam umas em cima das outras. Algumas delas estavam vivas, mas presas às ferragens.
“Sobrou pouca coisa do ônibus, a metade foi destruída. Então, as 30 vítimas estavam em cima da outra, em um espaço pequeno. Então a gente conseguia ver gemidos, conseguia ver pessoas pedindo para tirar o peso de cima delas”, relatou.
O brigadista informou ainda que as equipes só saíram do local do acidente após uma varredura em toda área de matagal próxima ao acidente. Uma gestante foi encontrada morta embaixo do caminhão.
“Foi uma situação de guerra, uma situação muito feia. A gente teve que colocar ali 24 pessoas mortas, um ao lado da outra, e cobrir. Foi muito triste para a gente que atua no resgate, a gente sempre vai na intenção de pegar as pessoas machucadas, doentes, e levar para o hospital”, lamentou.
“Quando a gente chega no local e encontra óbito, a gente fica destruído. Principalmente por se tratar de pessoas do bem, né? Pessoas que estavam ali passeando, grávidas, adolescentes, crianças, pessoas do bem”.
Lucival Souza definiu o acidente como a maior tragédia já registrada pela Brigada Anjos Jacuipenses, na região, em 17 anos de atuação.
“Foi uma das maiores tragédias que aconteceram em nossa região. A gente pede a Deus que dê forças aos familiares, aos amigos dessas vítimas, parabenizamos a equipe que atuou na remoção das vítimas e pedimos a Deus que consiga saúde para as pessoas que ainda estão vivas”, afirmou.
Segundo Lucival Souza, por causa da escuridão, os brigadistas não sabiam quantas vítimas tinham no acidente.
“A bateria [do ônibus] ia pegar fogo, a gente teve que fazer esse trabalho remover, foi uma questão de cinco, seis vítimas no mesmo local, como se tivesse no mesmo banco, porque não sobrou quase nada do ônibus”, contou.
Os brigadistas precisaram cortar a lateral do veículo para retirar as vítimas e fazer os primeiros atendimentos médicos.
“Olhamos se as vítimas ainda tinham pulso e priorizamos as que ainda tinham. Depois removemos os que infelizmente já estavam em óbito”.
As 24 vítimas que morreram são: 21 pessoas estavam no ônibus de passeio e três pessoas que estavam no caminhão.
Os passageiros do ônibus moravam em Jacobina e viajaram na noite do sábado (6) para a praia de Guarajuba, distrito turístico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, e retornaram para o município na noite de domingo.
Ainda não há informações sobre o que causou a batida.
De acordo com a PRF, a pista, que foi interditada, foi liberada por volta das 8h. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) informou que o ônibus estava regular e o motorista também estava com o cadastro em dia.
Em nota, a Prefeitura de Jacobina lamentou o acidente e informou decretou sete dias de luto oficial no município. Afirmou ainda que organiza um velório coletivo no ginásio de esportes municipal. Ainda não há previsão de data e horário.
A gestão municipal afirmou ainda que também atua para agilizar a liberação e transferência dos corpos para Jacobina.
Em nota, a empresa Naldo Turismo, responsável pelo ônibus, lamentou o acidente, se solidarizou com a família das vítimas e disse que tem ajudado a Prefeitura de Jacobina a agilizar a liberação dos corpos e translado para o município.
Em sessão realizada na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o governador do estado, Jerônimo Rodrigues, contou que o Governo não mediu esforços para tentar salvar vidas, encaminhar viaturas e encontrar vagas em hospitais.
“Lamentável. Meus sentimentos às famílias que perderam os seus entes queridos”, disse.
👉 Os veículos bateram de frente;
👉 A PRF acredita que um dos motoristas tentou uma ultrapassagem indevida, mas uma perícia será para confirmar a causa do acidente;
👉 24 pessoas morreram;
👉 Sete pessoas foram atendidas em unidades de saúde da região. Até por volta das 12h40, duas delas tinha recebido alta hospitalar e outras cinco seguiam internadas.
👉 Quatro das vítimas foram transferidas para hospitais de Salvador e Feira de Santana. Não há detalhes sobre o estado de saúde delas.
- 1 vítima segue internada no hospital de Nova Fátima;
- 1 vítima para o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana;
- 1 vítima para o Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana;
- 1 vítima para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador;
- 1 vítima para o Hospital do Subúrbio, em Salvador