Eleitores da Venezuela aprovam em referendo criação de um novo estado em Essequibo, na Guiana

Foto: Matias Delacroix / AP Photo

Os venezuelanos rejeitaram, em referendo neste domingo (3), a jurisdição da Corte Internacional de Justiça sobre a longa disputa territorial do país com a vizinha Guiana —e apoiaram a criação de um novo estado na região de Essequibo. Segundo a autoridade eleitoral local, mais de 95% dos eleitores aprovaram as cinco questões elaboradas pelo governo.

A corte havia proibido a Venezuela de tomar qualquer medida que pudesse mudar a situação na área, mas o governo do presidente Nicolás Maduro avançou com um referendo “consultivo” de cinco perguntas.

A província de Essequibo, um território rico em petróleo, pertence à Guiana, embora seja reivindicado pela Venezuela desde 1841. A área é maior do que o estado do Ceará.

Não está claro como as autoridades venezuelanas pretendem implementar a anexação do território.

Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), indicou que foram contabilizados 10.554.320 votos no referendo, sem contar os votos emitidos durante a prorrogação de duas horas da votação.

Foi “uma vitória óbvia e esmagadora para o ‘sim’”, disse Amoroso, legislador pró-governo e colaborador próximo de Maduro.

Foto: Matias Delacroix / AP Photo

Maduro comemorou o resultado: “Trata-se de um referendo histórico que colocou a Venezuela de pé e agora é hora de recuperar o que os libertadores nos deixaram”.

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse que muitos guianenses viram o referendo com suspeita. Ele afirmou que “não há nada a temer nas próximas horas, dias e meses”.

Acrescentou que a Guiana utiliza a diplomacia como a sua “primeira linha de defesa” e trabalha continuamente para garantir que as suas “fronteiras permaneçam intactas”.

“Não vou entrar na política interna da Venezuela ou na sua formulação política, mas quero alertar a Venezuela que esta é uma oportunidade para eles demonstrarem maturidade, uma oportunidade para eles demonstrarem responsabilidade”, disse Ali.

A votação começou às 6h locais (7h, em Brasília) e iria até às 18h (19h, em Brasília), mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país decidiu prorrogar o prazo até 20h no horário local (21h, em Brasília).

Foram chamados a votar 20,7 milhões de venezuelanos de uma população de quase 30 milhões.

A votação começou às 6h locais (7h, em Brasília) e iria até às 18h (19h, em Brasília), mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país decidiu prorrogar o prazo até 20h no horário local (21h, em Brasília).

Foram chamados a votar 20,7 milhões de venezuelanos de uma população de quase 30 milhões.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, encorajou os eleitores venezuelanos a aprovarem o referendo de 5 perguntas (veja mais abaixo). Já a Guiana considera que o referendo é um primeiro passo para a anexação do seu território.

“O primeiro efeito que a voz poderosa e unida da Venezuela deveria ter é sentar-se com o presidente da Guiana e voltar ao acordo de Genebra”, disse Maduro ao votar neste domingo, fazendo uma referência ao tratado firmado pelo Reino Unido e o país em 1966 que reconhecia a reivindicação da Venezuela e determinava que venezuelanos e guianenses formassem uma comissão para resolver a questão.

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