O assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, defende que o Brasil adote uma “relação de Estado” com a Argentina diante da vitória de Javier Milei, nome de ultradireita que foi eleito presidente do país vizinho.
— É possível ter relação boa, mesmo com presidentes de ideologias muito diferentes. Tudo depende da capacidade de colocar os interesses de Estado acima da preferência pessoal. Somos capazes disso. Vamos ver se o presidente eleito da Argentina também será, esperamos que sim — disse Amorim à coluna.
O assessor especial da Presidência afirmou ainda que Lula não deve comparecer à posse de Milei.
— Do que eu conheço do presidente Lula, acho difícil que ele vá, porque foi ofendido pessoalmente, mas o Estado brasileiro estará representado.
Nesta manhã, Milei falou com vídeo com Jair Bolsonaro, que confirmou sua presença na cerimônia de posse em 10 de dezembro em Buenos Aires. Questionado sobre o fato de o primeiro contato de Milei com o Brasil ter sido feito junto ao ex-presidente, Amorim minimizou os efeitos.
— Essa ligação não tem reflexos para o governo brasileiro. Não vai impedir a gente de tratar a relação com Argentina como um relacionamento de estado.
Para Amorim, a relação de Milei com o clã Bolsonaro só trará problemas se vier com “interferências internas”.