A cada quatro horas, uma pessoa negra foi morta pela polícia.

Em maio de 2022, o Rio de Janeiro foi alvo de uma das chacinas mais letais da história do estado, a da Vila Cruzeiro, que deixou ao menos 26 mortos. 

Longe de ser um caso isolado, o episódio cruel é um retrato do resultado de operações policiais no Brasil – que, em tese, tem como alvo o crime organizado, mas, na realidade, não erram a mira nos corpos negros.

Em 2022, das 3.171 pessoas que morreram em intercorrências policiais, 87% eram negros. Isto significa dizer que, a cada quatro horas, uma pessoa negra morreu em decorrência de intervenção policial.

A porcentagem de pessoas negras mortas durante intervenções leva em consideração apenas os boletins de ocorrência com registro de raça. Entre os registros totais, um a cada quatro não continham a informação sobre a cor/raça das vítimas. 

Os dados são do monitoramento feito pela Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), divulgado nesta quinta-feira 16. 

A organização tomou como dados das secretarias estaduais de segurança pública de oito estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Pará, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo,

Pela primeira vez, Bahia supera o Rio em letalidade
Em todos os estados, jovens entre 18 a 29 anos estão entre as principais vítimas

No levantamento deste ano, pela primeira vez, a Bahia ultrapassou o índice de mortalidade em operações do Rio. Com isso, o estado com a maior quantidade de população negra tem a corporação mais letal do País.

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