Um sargento de uma tropa de elite da PM de Mato Grosso do Sul, ex-militares brasileiros, um neonazista, dono de um clube de tiro e estrangeiros com experiência em conflitos internacionais. Esse é o perfil do grupo paramilitar recrutado pelo megatraficante Antônio Joaquim Mota.
O traficante foi alvo de uma operação da Polícia Federal na última semana na fronteira com o Paraguai, mas que terminou com a fuga dele. Fontes no Ministério da Justiça apontam que a informação de que seria preso teria vazado pela polícia paraguaia — eles negam.
A milícia criada por Dom fazia sua segurança e das drogas que transportava. Segundo a Polícia Federal, todos têm cursos nacionais e internacionais na área de segurança privada e em operações militares. A PF suspeita que os estrangeiros já tenham atuado em conflitos no exterior e como seguranças contra piratas.
Na operação, apesar da fuga do traficante, foram presos seis suspeitos. Outros cinco conseguiram fugir.
- Ygor Nunes Nascimento (preso)
Terceiro sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, estava lotado no DOF, tropa de elite da corporação que atua na região de fronteira. A própria Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal (PF), prendeu Ygor, dentro do quartel da unidade em Dourados. Ele foi transferido para o presídio militar em Campo Grande. A secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), diz que não vai comentar o caso. Ele está preso.
- Jefferson Gustavo Correa Honorato (preso)
Jefferson foi preso. Ele é militar da reserva. Foi candidato a vereador nas eleições de 2020 na cidade Santa Luzia, em Minas Gerais, conforme registro do Tribunal Superior Eleitoral. Já participou, inclusive, de competições de tiro esportivo. Foi preso em Belo Horizonte.
Luis Guilherme Chaparro Fernandes (preso)
Ele é conhecido como Lugui. Aparece como sócio-administrador de um escritório de arquitetura e móveis, em Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense que fica na fronteira seca com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ele foi preso na operação.
- Iuri Silva de Gusmão, conhecido como Légio (preso)
Em 2011 quando tinha somente 18 anos foi acusado de ser integrante de grupo neonazista que agredia homossexuais, negros, moradores de rua e outras minorias em Belo Horizonte (MG). Ele também foi preso na operação.
- Wanderlei Cunha Júnior, conhecido como Yamma (preso)
Wanderlei também é um dos presos. Ele se apresenta em rede social como ex-militar. Diz que tem Certificado para Serviços de proteção em Ambientes de Alto Risco como Empreiteiro Militar Privado, Operador de Proteção Corporativa, Atendimento Tático de Vítimas de Combate e Operador de Segurança Marítima. O perfil ainda ressalta que é instrutor de armas de fogo para revólveres e carabinas (do básico ao tático).
- Victor Gabriel Gomes Guimarães Romeiro (preso)
Conhecido como Preto, ele é sócio administrador da empresa Tigre Clube e Escola de Tiro, em Contagem, Minas Gerais. Ele foi preso na operação.