Durante a reunião ministerial desta quinta-feira (15), que durou praticamente o dia inteiro, o presidente Lula acertou com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para destravar 400 nomeações que foram enviadas aos ministérios e, por enquanto, não tiveram seus processos iniciados.
Segundo Lula, esse é um dos motivos da insatisfação da base aliada com o Palácio do Planalto.
Em sua fala, o ministro Alexandre Padilha afirmou que o governo está vivendo uma contradição. Apesar de ser um governo político, capitaneado por “dois craques”, chamando Lula de Pelé e o vice-presidente Geraldo Alckmin de Tostão, o governo precisa reverter a percepção da base aliada no Congresso de que é “avesso aos parlamentares”.
Padilha repetiu o que Lula tem cobrado de sua equipe. Segundo ele, os ministros precisam abrir espaço em suas agendas para receber deputados e senadores e convidar parlamentares a participar de agendas de viagens aos Estados. No caso das emendas parlamentares, o pedido também foi para continuar acelerando a liberação.
Segundo o ministro da articulação política, há uma lista com cerca de 400 nomes que foram enviados aos ministérios, mas que até agora os processos nem começaram a ser feitos pelos ministros. Essa é a primeira etapa de uma nomeação, depois que o nome foi encaminhado pela Secretaria de Relações Institucionais a partir de pedidos dos aliados.
Lula pediu ao líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), por ter a “cabeça branca e ser o mais experiente do grupo na política”, a relatar de forma “franca” o que tem ouvido dos aliados. Considerado um dos petistas mais próximo do presidente, Jaques Wagner admitiu que os aliados de Lula estão muito insatisfeitos e irritados com o governo porque acordos não estão sendo cumpridos
O ministro da Economia, Fernando Haddad, fez um relato positivo da economia, com inflação caindo, dólar em baixa, Bolsa subindo e crescimento acima das previsões. E, de novo, afirmou que está faltando só o Banco Central reduzir os juros. Em suas palavras, o BC vive um momento de uma “certa alienação” porque, mesmo com um ambiente melhor, não reduz a taxa Selic.