O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, sobrevoou a cidade de Entre Rios, que fica a cerca de 150 km de Salvador, no domingo (28). O município está sob decreto de situação de emergência desde o dia 19 de maio, por causa das fortes chuvas.
A principal área afetada é o distrito de Subaúma. A Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) atualizou dados relacionados ao local e identificou que 1.200 pessoas estão desalojadas ou desabrigadas. Cerca de 800 casas foram atingidas.
O prefeito Manoelito Argolo disse que a expectativa era de que os números baixassem no domingo, porque a chuva havia dado uma trégua. No entanto, a previsão é de que a quantidade de pessoas atingidas aumente, porque choveu na cabeceira dos rios e essa água pode invadir a cidade.
“Infelizmente, nós temos a informação, inclusive do Corpo de Bombeiros, que choveu muito nas cabeceiras e essas águas estão descendo. No lado direito da comunidade de Subaúma, [o volume] desceu cerca de 25%, no lado esquerdo está aumentando. Estamos ainda com o sinal de alerta aceso, e nossas equipes estão na rua”, disse o prefeito.
As pessoas atingidas pela chuva estão alocadas entre casas de parentes, uma escola municipal, uma Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e uma casa que foi alugada para amparar a população.
“Está muito difícil a situação. Algumas famílias perderam todos os bens materiais, bens que conseguiram ao longo da sua vida de trabalho. Graças a Deus, vítimas fatais não tivemos nenhuma”, informou Manoelito.
O governo autorizou a entrega de 600 cestas básicas, 500 garrafas de água mineral e 600 colchões, além de ter autorizado o envio de mais cinco viaturas dos bombeiros militares. Nesta segunda-feira (29), a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de nuvens e chuvas isoladas.
O prefeito explicou que a situação das chuvas na cidade se agravou nas últimas 72 horas, porque houve um novo temporal, que derrubou barrancos de areia e provocou a obstrução das estradas.
“Nós tivemos uma chuva há 10 dias, e antes que as águas escoassem começou novamente a alagar. Só que os terrenos em volta de Subaúma estavam todos alagados, e começamos a ter desmoronamento em algumas áreas e isso nunca existiu. No sábado [27], a estrada de acesso para Subaúma foi interditada, porque um morrote derreteu e inviabilizou a passagem dos veículos”.
As estradas de acesso e saída de Subaúma foram obstruídas por uma lama densa, que foi removida pela prefeitura, com o uso de retroescavadeiras, no final da manhã de sábado. A técnica em saúde bucal Kaila da Conceição, que é moradora do distrito, relatou as condições das estradas.
“Estamos passando por uma situação muito difícil, é a segunda cheia que tem aqui em Subaúma, segundo alagamento. Só temos uma entrada, que foi interditada por barro. Em caso extremo, de uma emergência, não temos como sair de Subaúma”.